domingo, 3 de novembro de 2013

Semente de Chia

Benefícios da Chia

No emagrecimento

Devido à sensação que saciedade que a chia proporciona, tem sido utilizada como aliada no emagrecimento. Isso ocorre, pelas fibras contidas na semente que formam uma espécie de gel o que vai favorecer a saciedade e consequentemente uma ingestão menor de alimentos.
Um estudo publicado no European Journal of Clinical Nutrition demonstrou o efeito proporcionado pela semente de chia no aumento da saciedade. Participantes do estudo relataram diminuição do apetite até 120 minutos após o consumo da refeição, diferentemente dos indivíduos que não consumiram a chia.
No diabetes
A chia por conter fibras diminui a velocidade em que o carboidrato sai do estômago e chega ao intestino, para terminar de ser digerido e absorvido. Dessa forma, a glicose é liberada lentamente na corrente sanguínea, fazendo com que o hormônio insulina, necessário para transporta a glicose até as células, também seja liberado em pequenas doses. A vantagem de tudo isso é que com menos doses desse hormônio circulando no organismo, evita-se assim uma condição chamada resistência à insulina, presente na diabetes tipo 2.
Nas doenças cardiovasculares

O consumo da semente de chia é benéfico ao nosso coração devido à presença do ômega 3.  Esse ácido graxo reduz a formação de coágulos sanguíneos, diminui o colesterol circulante no sangue. Além disso, o ômega 3 ajuda na regulação da pressão dos vasos sanguíneos, uma vez que aumenta a fluidez sanguínea, evitando assim, o aumento da pressão arterial. 

Na regulação do colesterol
A semente de chia é composta por uma gordura boa, ácidos graxos ômega 3 e ômega 6. Essas gorduras têm como uma de suas principais propriedades a redução do colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), além de baixar os triglicérides na corrente sanguínea.
Outros efeitos benéficos da semente chia
Antioxidante: Os antioxidantes, como o ácido cafeico presentes de sua composição, são responsáveis por auxiliar na desintoxicação do fígado, além de impedir a formação de radicais livres que agem destruindo as membranas celulares e desencadeando o processo de envelhecimento. 
Fonte de vitaminas: A chia apresenta vitamina A, Vitamina B1 (Tiamina), Vitamina B2 (Riboflavina) e Vitamina B3 (Niacina).
Fonte de minerais: Cálcio, fósforo, magnésio, potássio, ferro, zinco.
Quantidade recomendada
25 g da semente de chia, aproximadamente duas colheres de sopa por dia.
Dicas de consumo
A chia pode ser consumida crua, triturada ou em forma de gel ou na forma de óleo. A semente mantém suas propriedades em todas estas formas de consumo.
Em forma de gel: deixe uma colher de sopa da semente de molho em 60 ml de água durante aproximadamente 30 minutos. O ideal é consumir o gel assim que ele estiver formado, não sendo recomendado guardar a mistura para comer depois. Depois que a goma é formada, você pode consumi-la na forma pura sem acompanhamentos (ainda que seja pouco comum) ou usá-la no preparo de mingau, sopas, batida em sucos ou em receitas de bolo e até adicionando à molhos de massas, por exemplo. 
Semente seca: adicionar a semente a líquidos como sucos, iogurtes e vitaminas. Uma sugestão é comer uma colher de sopa da semente de chia com um pote de iogurte.
Óleo da chia: ele pode ser usado para temperar saladas ou para regar a refeição quando já estiver no prato. O aquecimento do óleo de chia não é recomendado, pois o ômega 3 é facilmente oxidado com o calor, perdendo assim suas propriedades. 
Atenção!

A chia é um carboidrato, que se consumida em excesso pode levar ao aumento de peso, constipação intestinal (principalmente se o indivíduo não tomar quantidade suficiente de água) e pode levar a desconfortos gástricos.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

EFEITOS BENÉFICOS DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS NAS DISLIPIDEMIAS E NA ATEROSCLEROSE



Ana Carolina de França Moraes
Nutricionista Especialista em Atendimento Clínico Nutricional e Alimentos Funcionais


RESUMO
Alimentos definidos como funcionais contêm em sua composição alguma substância biologicamente ativa, que quando adicionada a uma dieta usual desencadeia processos metabólicos ou fisiológicos, resultando em redução do risco de doenças e manutenção da saúde. O objetivo deste trabalho é verificar os efeitos benéficos dos alimentos funcionais associados à terapia nutricional recomendada nas dislipidemias e consequentemente na prevenção a aterosclerose.  Os principais alimentos e suas substâncias bioativas e suas indicações relacionadas às doenças cardiovasculares em questão são apresentados. Por ser um campo de estudo recente, há necessidade de novos estudos para a definição das quantidades e frequência a serem consumidos para se obter o efeito esperado, garantindo assim a ação benéfica dos componentes ativos encontrados nesses alimentos. Porém, os alimentos com atividade funcional podem ser uma ótima alternativa para conter o avanço das doenças cardiovasculares e fazer com que as pessoas se conscientizem de que a alimentação tem um papel fundamental sobre a saúde.   
Palavras-Chave: alimentos funcionais; dislipidemia; aterosclerose.

1. INTRODUÇÃO

   O presente artigo versa sobre os efeitos benéficos dos alimentos funcionais associados à terapia nutricional recomendada nas dislipidemias e na aterosclerose; a utilização desses alimentos tem sido uma alternativa, além da dietoterapia habitual, para se prevenir e tratar as dislipidemias e consequentemente reduzindo os casos de doenças ateroscleróticas.
   O estudo foi realizado, segundo Pesquisa Exploratória, quanto aos objetivos a serem alcançados, cujo objetivo foi aprofundar conhecimentos a respeito do determinado tema já conhecido, construindo mais proximidades com o problema em estudo, para gerar mais conhecimentos. Também foi utilizada Pesquisa Bibliográfica, quanto aos procedimentos, pois se buscou os dados que foram necessários em trabalhos publicados em revistas cientificas, em artigos e livros.
  Segundo os vários teóricos que estudam sobre o tema, o estudo dos alimentos funcionais é importante para evitar doenças cardiovasculares. De acordo com Bricarello e Costa (2001) vários estudos têm demonstrado a associação entre a dieta e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, atribuindo aos alimentos funcionais à capacidade de proporcionar benefícios saúde, que vão além dos nutrientes encontrados nesses alimentos, proporcionando assim, a união da dietoterapia convencional com a funcional, considerando a capacidade dos alimentos funcionais em reduzir o risco da ocorrência de doenças cardiovasculares.
   Assim, o objetivo do estudo foi, por meio de uma revisão de literatura sobre o tema, demonstrar os efeitos benéficos dos alimentos funcionais e seus compostos bioativos sobre a prevenção e o tratamento das dislipidemias e da aterosclerose.
   Em razão de ser Nutricionista Clínica e vivenciar em consultório um número crescente de pacientes dislipidêmicos, essa revisão de literatura contribuirá com informações úteis a população e aos profissionais da área da saúde sobre como os Alimentos Funcionais podem ser aliados na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares. Incentivar a utilização destes alimentos de forma segura e consciente é o caminho para a prevenção de inúmeras doenças, não só as cardíacas.

2. DISLIPIDEMIA E ATEROSCLEROSE

    A dislipidemia é definida como um distúrbio que altera os níveis séricos de lipídios circulantes. As alterações do perfil lipídico podem incluir elevação do colesterol total, dos triglicerídeos (TG), da LDL (lipoproteína de baixa densidade) e a diminuição da HDL (lipoproteína de alta densidade) ((BRAGA & BARLETA, 2007).    

   O quadro de dislipidemia, o principal fator desencadeador da aterosclerose, pode acontecer em decorrência de vários fatores (hábito alimentar, obesidade, sedentarismo, tabagismo, etilismo, envelhecimento, distúrbios genéticos); sendo a dieta o mais importante deles por exerce papel fundamental na determinação dos demais fatores. (BRAGA & BARLETA, 2007).    
   As dislipidemias são classificadas etiologicamente como primárias e secundárias. As dislipidemias primárias são consequentes a causas genéticas, algumas só se manifestam em função da influência ambiental, devido à dieta inadequada e/ou ao sedentarismo. Já as dislipidemias secundárias são causadas por outras doenças (diabetes melito tipo II, hipotireoidismo, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade), pelo uso de alguns medicamentos (anti-hipertensivos, corticosteroides, diuréticos, betabloqueadores, anabolizantes) e por hábitos de vida inadequados (dieta, tabagismo e etilismo) (FILHO, 2001).                               
   Considerada uma doença de lento desenvolvimento, porém, com início precoce, a aterosclerose se caracteriza com o depósito de lipídeos na íntima do vaso (ateroma) (BRAGA & BARLETA, 2007).
   Segundo Braga & Barleta (2007) a aterosclerose tem um inicio e um processo:
O inicio do processo aterosclerótico é desencadeado pela oxidação das moléculas de lipídeo que ficam circulantes no plasma, essa oxidação acontece, devido à atuação dos radicais livres, moléculas de oxigênio modificadas que vão lesar ou desencadear alterações que vão causar patologias (aneurisma, infarto agudo do miocárdio, gangrena, trombose. Os fatores e ações que desencadeiam a formação excessiva de radicais livres são: tabagismo, etilismo, exercício físico, estresse. (p.2)

   O LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade) em excesso na circulação sanguínea lesa os vasos após ser oxidado pelos radicais livres, facilitando seu depósito e aumentando os riscos do desenvolvimento de doenças cardiovasculares (BRAGA & BARLETA, 2007).
   De acordo Metze ( 2002) citado por Braga & Barleta (2007):
O LDL transporta os ésteres de colesterol que vão interagir com as células endoteliais, modificadas por algum fator para entrar no espaço subendotelial. No subendotélio o LDL é oxidado por oxigênios reativos (radicais livres) liberados pelos monócitos, e após ser transformado em LDL-oxidado será incorporado por células de macrófagos (monócitos evoluídos). Os macrófagos incorporam o LDL-oxidado até virarem células espumosas estouram e liberam partes de células necrosadas e colesterol, que serão depositados na parede endotelial obstruindo progressivamente a luz do vaso. Com o tempo há calcificação da lesão, fissura ou ulceração da placa, hemorragia intravascular, perda de elasticidade vascular pela presença de placa fibrosa (p.3).

   A prevalência e a gravidade da aterosclerose se relacionam aos diversos fatores, sendo esses fatores modificáveis ou não modificáveis. Os modificáveis são: dislipidemias (HDL baixo e LDL elevado), hipertensão, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade. Os não modificáveis, são representados por: idade, sexo, raça, história familiar e anormalidades genéticas (BRAGA & BARLETA, 2007).
   Vale ressaltar que as doenças cardiovasculares representam a principal causa de morbidade e mortalidade no mundo (ACCIOLY, 2002). No Brasil as DCV foram as principais responsáveis pela alocação de recursos públicos e por maior permanência hospitalar (SANTOS, 2005).

3. ABORDAGEM TERAPÊUTICA

   A dietoterapia é a principal ação contra a dislipidemia, que consiste em uma modificação da dieta, sendo esta uma conduta terapêutica iniciada isoladamente ou em conjunto com outros tipos de tratamentos como: o medicamentoso e o funcional (BRAGA & BARLETA, 2007).
   A conduta dietoterápica deve incluir uma modificação na composição da dieta com a redução dos nutrientes ofensores (gordura), portando recomenda-se uma dieta reduzida de gorduras saturadas, colesterol, carboidratos simples que elevam os níveis de triglicerídeos, rica em fibras dietéticas (solúveis e insolúveis), aumentada de antioxidantes para a redução dos radicais livres. O peso também é um fator importante na terapia, manter o peso ideal ou adequado contribui para redução dos efeitos da lipogênese no quadro dislipidêmico (BRAGA & BARLETA, 2007).
   De acordo com Braga & Barleta (2007):
A terapia medicamentosa é usada para controlar a dislipidemia e reduzira dor anginosa, por isso são empregados medicamentos que reduzem os lipídios, a agregação plaquetária e a pressão arterial; que controlam a diabetes; diminuem a frequência cárdica, a força de contração do miocárdio e/ou dilatam as artérias coronarianas (p.4).

   Coadjuvante a terapia medicamentosa a conduta nutricional é de extreme importância na prevenção e no tratamento das dislipidemias, que deve ser seguida em conjunto com as mudanças no estilo de vida, que atuam como fatores de risco (SANTOS 2001).
    A conduta nutricional sugere que a dieta deva conter: ingestão mínima de alimentos com elevado teor de gorduras saturadas, por apresentarem fatores hipercolesterolêmico, maior consumo de alimentos de alto teor de ácidos graxos insaturados (ácido linoleico e linolênico), fibras em valores adequados (20 a 30g/dia), o mínimo de açúcares simples e uma maior quantidade de alimentos ricos em substâncias antioxidantes (vitaminas E e C, carotenóides, flavonóides) (BRAGA & BARLETA, 2007).
   A Associação Americana do Coração indica que o tratamento dietético deve seguir as recomendações contidas na tabela abaixo.
Nutrientes
Ingestão Recomendada
Gordura Total
25 a 35% das calorias totais
Ácidos Graxos Saturados
7% das calorias totais
Ácidos Graxos Polinsaturados
10% das calorias totais
Ácidos Graxos Monoinsaturados
20% das calorias totais
Carboidratos
50 a 60% das calorias totais
Proteínas
Aproximadamente 15% das calorias totais
Colesterol
200 mg/dia
Fibras
20 a 30 g/dia
Calorias
Para atingir e manter o peso adequado
Fonte: ELIAS, 2001.
Tabela1: Recomendações Dietéticas para o tratamento das Hipercolesterolemias.

   De acordo com Elias & Teixeira (2001) citado por Braga & Barleta (2007):
As recomendações indicam redução do consumo de gorduras trans, devido à ação dos receptores celulares de LDL – colesterol, que inibem a remoção plasmática e elevam os níveis celulares de LDL; e o aumento no consumo total de gorduras insaturadas objetivando a redução dos níveis plasmáticos de triglicerídeos e elevação do HDL – colesterol (p.5).

   As gorduras insaturadas são: ômega 3 (alfa-linolênico, eicosapentaenoico-EPA e docosahexaenoico-DHA), ômega 6 (linoleico e araquidônico) e ômega 9 (oleico).
  Sendo que a ingestão de carboidratos não deve ultrapassar a recomendação de 50 a 60% das calorias totais da dieta, devido ao fato que o excesso de carboidrato aumenta a síntese de triglicerídeos que vão servir de reserva energética, armazenados nas células de gordura (tecido adiposo) (BRAGA & BARLETA, 2007). Embora sozinhos os altos níveis de triglicerídeos no sangue não causem necessariamente a aterosclerose.  
   O consumo de fibras é recomendado como agente terapêutico nas dislipidemias, pois diversos estudos relatam os efeitos das fibras sobre as concentrações sanguíneas de lipídeos. Dentre esses efeitos, podemos destacar a ligação das fibras a ácidos biliares aumentando a degradação de colesterol e excreção pela via dos ácidos biliares (BRAGA & BARLETA, 2007).
   Uma dieta fonte de fibras (solúveis e insolúveis) concomitantemente com o aumento do volume do consumo diário de água, regula a função gastrointestinal e, além disso, regula o perfil lipídico. Os alimentos fontes de fibras solúveis são: aveia, farinha de aveia, feijões, ervilhas, maçã, frutas cítricas; alimentos fontes de fibras insolúveis são: pães integrais, cereais, cenouras, couve, farelos, casca da maçã (PIMENTEL et al, 2005).
   Segundo Lairon et al (2005) o consumo de fibras dietéticas têm papel protetor contra doenças cardiovasculares e o aumento do seu consumo deve ser incentivado.

4. ALIMENTOS FUNCIONAIS

   Os alimentos funcionais atualmente tem sido foco de discussão em congressos relacionados à Saúde e também à Nutrição, devido aos benefícios que esses alimentos podem trazer a nossa saúde prevenindo doenças ou auxiliando no tratamento.
   A história aponta a tendência do homem em utilizar certos alimentos como medicamentos na busca por saúde e longevidade (BRAGA & BARLETA, 2007). A utilização de certos alimentos para reduzir os riscos de doenças é milenar. Hipócrates, há cerca de 2500 anos, já pregava isso em uma de suas célebres frases que dizia: “Faça do alimento o seu medicamento”. Na década de 90, criou-se o termo “alimento funcional” e se passou a adotar, em pesquisas se intensificou a divulgação do conceito de Alimento Funcional, de forma que se tornou mais conhecido do público e também dos pesquisadores que, até então, não estavam envolvidos com estudos nessa área (MONTEIRO & MARIN, 2010).
   O Japão foi o primeiro na introdução do termo “alimentos funcionais” em meados dos anos 80 e se refere aos alimentos contendo ingredientes que auxiliam funções específicas do corpo além de serem nutritivos, sendo esses alimentos definidos ou conhecidos como FOSHU (Foods for Specified Health Use – Alimentos para uso específico de Saúde). Estabelece-se que FOSHU são aqueles alimentos que têm efeito específico sobre a saúde devido a sua composição química e que não devem expor em risco a saúde dos indivíduos (MORAES & COLLA, 2006). Hoje vários países já utilizam o termo alimentos funcionais e contam com uma legislação específica.
   No Brasil, deve-se seguir a legislação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que estabelecem normas e procedimentos para registro de alimentos e/ou ingredientes funcionais. Para que um alimento possa ter alegação de propriedades funcionais e/ou de promoção da saúde e ser assim registrado, deve ser formulado um relatório técnico cientifico bastante detalhando, comprovando os benefícios e a segurança do uso deste alimento. A maior atenção que tem sido dada a este tipo de informação ocorre pelo fato do aumento da procura por alimentos funcionais (MONTEIRO & MARIN, 2010).

4.1 Definição

   Os alimentos funcionais se caracterizam por oferecer benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química, desempenhando um papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônico degenerativas, principalmente nas doenças cardiovasculares. (NEUMAN, 2002; TAIPINA, et al, 2002).
   Os alimentos funcionais podem ser classificados de dois modos: quanto à fonte ou quanto aos benefícios que oferecem, atuando em seis áreas do organismo: no sistema gastrointestinal, no sistema cardiovascular, no qual consiste o foco deste artigo, no metabolismo de substratos, no crescimento, no desenvolvimento e diferenciação celular, no comportamento das funções fisiológicas e como antioxidante (SOUZA, et al, 2003).
   Os alimentos funcionais apresentam as seguintes características:
·         Devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta usual;
·         Devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
·         Devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo que pode aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo o desempenho físico, psicológico e comportamental;
·         A alegação da propriedade funcional deve ter embasamento cientifico;
·         Pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha sido removido;
·         Pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha sido modificada;
·         Pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes tenha sido modificada (ROBERFROID, 2002).

4.2 Alimentos funcionais e nutracêuticos

   Moraes & Colla (2006) definem Nutracêuticos:
O nutracêutico é um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença. Tais produtos podem abranger desde os nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma de cápsulas e dietas até os produtos beneficamente projetados, produtos herbais e alimentos processados tais como cereais, sopas e bebidas. (p.111) 

   Os nutracêuticos podem ser classificados como:
·         Fibras dietéticas;
·         Ácidos graxos poli-insaturados;
·         Proteínas;
·         Peptídeos;
·         Aminoácidos ou cetoácidos;
·         Minerais;
·         Vitaminas antioxidantes;
·         Outros antioxidantes (glutationa, selênio) (ANDLAUER & FURST, 2002).
   Tanto os nutracêuticos quanto os alimentos funcionais trazem benefícios à saúde, porém o alvo dos nutracêuticos é significativamente diferente dos alimentos funcionais, por várias razões:
·         Enquanto que a prevenção e o tratamento de doenças são relevantes aos nutracêuticos, apenas a redução do risco da doença se relaciona com os alimentos funcionais;
·         Enquanto que os nutracêuticos incluem suplementos dietéticos e outros tipos de alimentos, os alimentos funcionais devem estar na forma de um alimento comum (KWAK & JUKES, 2001).
   Segundo Kruger e Mann (2003) os compostos funcionais são aqueles que apresentam benefícios à saúde. Estes compostos podem ser consumidos juntamente com os alimentos dos quais são provenientes, sendo estes alimentos considerados funcionais, ou individualmente, como nutracêuticos.

4.3. Alimentos Funcionais e Nutrigenômica

   A Revolução Genômica através do Projeto Genoma Humano foi fundamental para os estudos da interação entre gene e meio ambiente. As descobertas desse projeto nós proporcionou saber que casos de doenças crônicas como as cardiovasculares estão associados a interações entre genes com fatores ambientais, dentre eles a alimentação, que merece destaque, pois os nutrientes quanto os demais compostos dos alimentos da dieta são capazes de modular a expressão gênica, resultando em modificações nas funções biológicas (FUJII, et al, 2010).
   A ciência que estuda a interação entre os constituintes dos alimentos com os genes é a Nutrigenômica. Sendo assim, os alimentos funcionais estão inseridos nessa questão da modulação da expressão gênica.
   A alimentação esta diretamente ligada ao balanço saúde e doença justamente pela alteração da expressão/ou da estrutura do mapa genético individual. O que permite afirmar que alguns compostos bioativos (funcionais) trazem benefícios a saúde, pois podem afetar a expressão gênica de forma positiva e por meio disso, reduzir os ricos de doenças, principalmente as cardiovasculares, foco deste artigo (FUJII, et al, 2010).
   Estudos recentes evidenciam que variações lipídicas no plasma que caracterizam a dislipidemia, provocadas pelo consumo inadequado de lipídios e de colesterol, tem um componente genético envolvido. A identificação desses fatores genéticos permitiu a pesquisa sobre os genes que de alguma forma estão envolvidos no metabolismo das lipoproteínas. Sendo assim, o conhecimentos sobre os genes relacionados as doenças cardiovasculares é fundamental para que se esclareça as diferentes respostas entre os indivíduos perante a dieta (FUJII, et al, 2010).
   No entanto, a interação gene e nutriente não é totalmente compreendida, diante disto são necessários mais estudos para a obtenção de conhecimento científico, caracterizando um desafio para ciência, mas em contrapartida já se sabe que compostos bioativos atuam no processo de transcrição gênica (FUJII, et al, 2010). 

5. ALIMENTOS E SEUS COMPOSTOS ATIVOS COM EFEITOS BENÉFICOS NA DISLIPIDEMIA E NA ATEROSCLEROSE

   Dentre os principais alimentos funcionais e seus compostos bioativos que trazem benefícios na prevenção da dislipidemia e da aterosclerose destacam-se os seguintes: alho (alicina e quercitina), tomate (licopeno), uva e vinho tinto (resveratrol, luteonina, quercitina, procianidinas e taninos), peixe (ômega-3), oleaginosas (fitoesteróis), soja (isoflavonas), leguminosas (isoflavonas, saponinas, betaglucanas), linhaça (ácido a-linolênico, lignanas) e aveia (ácido oléico, linolênico, beta-glucanas) que serão elucidados abaixo.

5.1 Alho

   O Alho é um tempero pertencente à família Liliacerae e atribuem a ele a capacidade de interferir em uma série de doenças. Pesquisas recentes comprovam suas atividades antiaterogênicas, hipotensora e hipocolesterolêmica. O seu composto ativo é a alicina (QUINTAES, 2006).
   Estudos utilizando o alho in natura foram realizados buscando seus efeitos na prevenção de doenças cardiovasculares, principalmente a redução das concentrações séricas de LDL, triglicerídeos e inibidor da agregação plaquetária, o que é de grande importância na prevenção e no tratamento tanto das dislipidemias quanto da aterosclerose (CARDOSO, 2005).
   Quintaes (2006) alega que o consumo regular de no mínimo 8g/dia de alho, reduz o nível do colesterol sérico total, evita a agregação plaquetária e atua como antioxidante combatendo os radicais livres; que se deve à inibição de diversas enzimas da síntese hepática de colesterol e a um acréscimo na excreção de ácidos biliares.
   A American Dietetic Association (ADA) sugere o consumo de 600 a 900 mg por dia o que equivale a aproximadamente um dente de alho (ADA REPORTS, 1999).
   Segundo Campbell (2001), o alho é um agente antiaterogênico, pois inibe a proliferação de células musculares lisas e reduz a concentração sérica de lipídeos.

5.2 Tomate

   O tomate é um fruto da família das Solanáceas. Entretanto, apenas o fruto maduro contém os seguintes princípios ativos: ácidos orgânicos (málico, cítrico, tartárico, oxálico e succinico); pectina, vitaminas e pigmentos carotenóides (licopeno e xantofila) (JUZWIAK & PASCHOAL, 2003).
   A principal substância presente no tomate é o licopeno, que funciona como antioxidante e age na neutralização de radicais livres (RISSANEM, 2003) devido a sua estrutura e capacidade de sequestrar o oxigênio singlete (KRINSKY, 2001).
   Os radicais livres constituem moléculas se alto grau de reatividade, que pela oxidação, destroem as membranas das células, podendo causar peroxidação do colesterol LDL, que quando oxidado, deposita-se nas artérias aumentando o risco de doenças cardiovasculares como a aterosclerose.
   A absorção do licopeno pelo organismo é maior em molhos ou concentrados, do que em tomates frescos. O processamento térmico dos tomates e seus produtos induz a isomerização do licopeno que de trans (sua forma natural) vira cis, melhorando a sua biodisponibilidade (WILLCOX, 2003). A presença de gordura, preferencialmente a insaturada aumenta a biodisponibilidade de licopeno e sua atividade antioxidante plasmática (JUZWIAK & PASCHOAL, 2004; PIMENTEL et al, 2005). A gordura, principalmente a mono e poliinsaturada, facilita a absorção do licopeno. 
   O consumo dietético de tomate e seus produtos são associados a uma redução do risco de doenças crônicas principalmente as doenças cardiovasculares, por evitar a oxidação do LDL- colesterol (HEBER & LU, 2002). Embora as propriedades antioxidantes do tomate, tenham sido responsáveis pela maioria dos efeitos benéficos.
   Segundo alguns estudos o consumo de um tomate ou uma colher de sopa de massa de tomate por dia é responsável pela inibição de cerca de 93% da formação de peróxidos lipídicos, pois o licopeno age em conjunto com outros antioxidantes na oxidação do LDL garantindo sua característica antiaterogênica (PASCHOAL, 2001).
   Bub et al (2000) demonstram que o consumo de 330 ml de suco de tomate reduziu a concentração sérica de radicais livres em 12% e também diminuiu a oxidação do LDL-colesterol, um importante fator de risco para a formação da placa aterosclerótica. Outros estudos demonstram resultados similares, onde o consumo de 550ml de suco de tomate por dia aumentou a resistência do LDL contra oxidação.
   Fuhrman et al (1997) observaram um efeito inibitório do licopeno na enzima limitante da síntese de colesterol nos macrófagos. Esta observação tem implicações importantes para a prevenção de doenças cardiovasculares, por meio da modificação do processo aterogênico celular, e consequente formação de placa instável.   
   Segundo Rissanen (2003), o licopeno tem papel importante no combate do estágio inicial da lesão aterosclerótica.

5.3 Uva e vinho tinto

   Muitas pesquisas têm sido realizadas com o proposito de se estudar os efeitos do vinho na saúde; principalmente pela sua reconhecida ação antioxidante. Porém, é indiscutível o dano orgânico ocasionado pela ingestão elevada de álcool quando consumido em excesso, ultrapassando a capacidade do organismo em metabolizá-lo (SOUZA FILHO, 2006).
   As uvas e os sucos de uvas (inclusive os comerciais) são fontes naturais de antioxidantes, sendo o vinho tinto o principal, pelo seu alto teor de polifenóis e compostos fenólicos, que são potentes antioxidantes. O resveratrol é o que mais se destaca, localizado na casca das uvas e em maior quantidade nas uvas vermelho-roxas escuras, por isso o vinho tinto tem mais resveratrol que vinhos brancos e roses (ISHIMOTO, 2004).
   Além do resveratrol, a luteonina, a quercitina, as procianidinas (polpa das uvas) e os taninos (casca das uvas), são substâncias naturais encontradas nas uvas com ação antioxidante, inibidores da oxidação lipídica, inibidores da agregação plaquetária e também com atividade anti-inflamatória, ações essas indispensáveis no combate a aterosclerose.  (ISHIMOTO, 2005).
É possível associar o consumo de vinho com benefícios à saúde, mas isso só acontece se for consumido com moderação e regularmente, junto com as refeições e por pessoas que não apresentem contra indicações (SOUZA FILHO, 2006; LOPES, 2005). 

5.4 Peixes

   Os peixes (arenque, atum, salmão, sardinha, cavala e truta) são classificados como alimentos funcionais, devido à alta concentração de ômega 3 por atuarem preventivamente nas doenças cardiovasculares como a dislipidemia e a aterosclerose  devido há efeitos tais como: redução dos níveis de triglicerídeos plasmáticos e colesterol LDL e VLDL (PASCHOAL, 2001; CARDOSO, 2005; ROMIJN et al, 2006).
   A partir de estudos, podemos estabelecer uma associação entre a baixa incidência doenças cardiovasculares e o consumo de peixes de águas frias e profundas devido à presença do ácido graxo poli-insaturado da série ômega 3.
   O ácidos graxo ômega 3 não pode ser sintetizado pelo ser humano, por isso é considerado essencial; devendo ser consumido na dieta. O ácido graxo alfa-linolênico tem despertado interesse, sobre a influência na prevenção e no tratamento doenças cardiovasculares, como a dislipidemia e a aterosclerose, devido aos seguintes benefícios: melhora do perfil lipídico, redução da agregação plaquetária e produção de prostaglandinas vasodilatadoras, que podem melhorar a função vascular (GOODE et al, 1997).
   Segundo De Angelis (2001), a partir do ômega 3 alfa-linolênico são biossintetizados no homem os ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenóico (DHA).
   Os ácidos graxos ômega-3 possuem ação protetora contra as doenças alvo deste trabalho por meio de diversos mecanismos: redução dos triacilgliceróis (TAGs), efeitos antitrombóticos, antiinflamatórios e anti-hipertensivos (SUDHEENDRAN et al, 2010).
   O ômega-3 também é capaz de provocar alterações na função plaquetária, na resposta imune, tem ação vasodilatadora e anti-agregante plaquetária, redução de triglicerídio devido à inibição da secreção hepática de VLDL; fatores esses que contribuem para a prevenção das doenças em questão. (PIMENTEL et al, 2005).
   Segundo Waitzberg (2001), os ácidos graxos ômega-3 alteram a função plaquetária e a síntese de eicosanoides (prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos). Isto ocorre, porque o EPA e o DHA substituem o ácido araquidônico (ácido graxo ômega-6) nas membranas celulares. Os ácidos graxos ômega-3 e 6 são precursores de eicosanoides, prostaglandina E2, tromboxanos A2, leucotrienos B4 e lipoxinas. Quando em grandes quantidades, os eicosanoides derivados dos PUFA n-6 podem colaborar para a formação de trombos e ateromas, também levando a problemas inflamatórios. Os eicosanoides originados dos PUFA n-6 são biologicamente mais ativos do que os biossintetizados a partir dos PUFA n-3. Deste modo, o aumento da ingestão de ácido graxo ômega-3 tem efeito contrário ao dos ácidos graxos da série ômega-6, tento em vista que ambos competem pelas mesmas enzimas. Por este motivo existe uma razão adequada de ingestão ômega-3/ômega-6 que é de 5:1 (SCHIMIT, 2000).
   Por meio de seus efeitos anti-inflamatórios, os ácidos graxos ômega-3 podem não somente prevenir o desenvolvimento quanto estabilizar a placa aterosclerótica (YASUDA, 2010). Ensaios clínicos randomizados demonstraram que a suplementação de EPA e DHA é capaz de reduzir a infiltração de macrófagos (THIES et al, 2003). Adicionalmente, o EPA é capaz de reduzir as enzimas envolvidas na progressão e desestabilização da placa aterosclerótica (MATSUMOTO et al, 2008).
   O consumo de mais de 180g de peixe por semana reduz o risco de doenças cardiovasculares. As recomendações de ômega 3 das DRIs (Dietary Reference Intakes) ficam em torno de um consumo de 0,6 a 1,2% do valor calórico total, sendo usada uma proporção de ômega 6 : ômega 3 de 2:1 a 5:1, para que os efeitos benéficos sejam alcançados (PIMENTEL et al, 2005).
   Segundo Taylor (2005) o consumo de 2 a 4 porções (180g) de peixe por semana seria capaz de prevenir as doenças do coração, pois o ômega 3 é um agente cardioprotetor.

5.5 Oleaginosas

   Os alimentos que fazem parte do grupo das oleaginosas são: amêndoas, macadâmias, pecãs, avelãs, nozes e castanhas.
   Nas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado o efeito protetor das oleaginosas contra doenças cardiovasculares. Adicionalmente, inúmeros estudos clínicos demonstram efeitos benéficos do consumo diário das oleaginosas nos níveis plasmáticos de lipídios e lipoproteínas, importantes marcadores do risco cardiovascular (KORNSTEINER, 2006).
   As oleaginosas apresentam inúmeras propriedades nutricionais. São ricas em ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados como o ácido oleico, ácido linoleico e ácido alfa-linolênico e pobres em ácidos graxos saturados. Adicionalmente, são fonte de proteína vegetal, fibra dietética, vitaminas antioxidantes (vitamina E), minerais (selênio, manganês e magnésio) de fitoquímicos como o ácido alágico, flavonoides, resveratrol, compostos fenólicos, luteonina e fitoesteróis (AZADMARD, 2011).
   Os efeitos cardioprotetores das oleaginosas são decorrentes do seu conteúdo de flavonoides, que possuem ação antioxidante, anti-inflamatória e auxilia na redução do colesterol; micronutrientes (vitaminas e minerais) responsáveis pela redução da oxidação de LDL – colesterol; e resveratrol que além de ser antioxidante, inibe a agregação plaquetária (MUKUDDEM et al, 2005; O´NEIL, 2011).
   As oleaginosas também são fonte de arginina, aminoácido capaz de prevenir doenças cardiovasculares através da redução da agregação plaquetária e da dilatação dos vasos sanguíneos pela liberação de óxido nítrico. As oleaginosas também tem efeito hipocolesterolêmico por inibirem a absorção dietética e biliar de colesterol (PASCHOAL,2001).

5.6 Soja

   Diversos estudos demonstram os benefícios do consumo da soja a saúde humana e seu papel preventivo e terapêutico nas doenças cardiovasculares, efeitos decorrentes principalmente de uma mudança favorável no perfil lipídico: redução do colesterol total e LDL-colesterol (JENKINS, 2010; ANDERSON, 2011).
   A soja pertence ao grupo das leguminosas e tem características funcionais, sendo as isoflavonas (daidzeína, genisteína e gliciteína) os principais fitoquímicos (PASCHOAL, 2001).
   Os produtos à base de soja se relacionam com a prevenção da aterosclerose devido à ação antioxidante das isoflavonas sobre as gorduras circulantes no plasma, além de exercer efeito positivo na agregação plaquetária. A presença de fibras solúveis que atuam na redução de colesterol, de LDL, dos níveis de TG e elevam o HDL são importante na prevenção da dislipidemia  (MARCÍLIO, 2006; PASCHOAL,2001).
   Dentre os possíveis mecanismos hipocolesterolêmico da soja estão à ação das fibras, das isoflavonas e da própria proteína. Em humanos, a proteína de soja ativa a via receptora da lipoproteína de baixa densidade (LDL - colesterol), diminuindo sua oxidação e acúmulo nas artérias.
   Estudos sugerem que subunidades da proteína da soja ativam diretamente os receptores hepáticos de LDL, promovendo a redução do colesterol sérico (SIRTORI & LOVATI, 2001).
   Um estudo demonstrou que o consumo de 30g/dia de proteína de soja produz efeitos positivos a saúde (PIMENTEL et al, 2005).
   Outro estudo mostrou que o consumo de 25g de proteína de soja, três vezes por semana reduziu as concentrações de LDL - colesterol em 30% (MIRZAEI, 2001).
   Estudos clínicos com isolado proteico ou proteína texturizada de soja (47 gramas de proteína/dia contendo 100 mg de isoflavonas) demonstrou redução do colesterol em 9,3%, do LDL – colesterol em 19,9%, dos triglicerídeos em 10,5% e aumento do HDL – colesterol em 2,4%. Os autores atribuíram a redução do colesterol à atividade dos fitoestrógenos (ANDERSON, 1994).
   A proteína de soja já foi utilizada em diversos estudos com indivíduos hipercolesterolêmicos, por ser rica em isoflavona diminui as concentrações de colesterol total e LDL – colesterol; entretanto essa redução é significativa quando as concentrações plasmáticas de LDL – colesterol estão elevadas.
   Com base em diversos estudos clínicos que relatam os efeitos benéficos da soja, a FDA incida o consumo de no mínimo 25 gramas por dia de proteína de soja para a redução do risco de doenças cardiovasculares.

5.7 Leguminosas

   As leguminosas são um importante grupo alimentar formado por sementes contidas em favas como: feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja. Deitas contendo leguminosas apresentam efeitos hipocolesterolêmico por meio da redução de LDL – colesterol e triacilgliceróis, efeito esse decorrente da ação de isoflavonas, saponinas e beta-glucanas (PASCHOAL, 2001).
   A hipercolesterolémia é um dos mais importantes fatores de risco das doenças cardiovasculares. Assim, o consumo de grãos de leguminosas ou seus componentes tem sido experimentalmente correlacionado com um efeito hipocolesterolêmico, via redução de colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (ANDERSON & MAJOR, 2002; LIN et al, 2004).
   Os nutrientes e fitoquímicos que contribuem para o efeito hipocolesterolêmico incluem: o componente proteico e sua composição de aminoácidos; o componente lipídico, especialmente os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) e no teor em ácido oleico; o amido resistente e a fibra alimentar, mas especificamente a fração solúvel (pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemiceluloses; as saponinas, que se encontram em quantidades relevantes nas leguminosas como soja, feijão e grão de bico; os fitosteróis, que se encontram em quantidades variáveis nas leguminosas e em seus óleos (JONES, 2002).          
   Nas leguminosas também são encontrados compostos fenólicos como: genisteína, daidzeína, genistina e daidzina.
   Ainda não foi claramente definida a quantidade mínima de grãos de leguminosas a consumir para que se alcance o efeito hipocolesterolêmico, sendo necessárias pesquisas que definam as quantidades exatas, mas ultimamente observa-se que meia xícara de feijão cozido por dia produz efeitos benéficos à saúde e a Organização Mundial de Saúde tem incentivado o consumo diário de leguminosas (ELIAS & TEIXEIRA, 2001).  

5.8 Linhaça

   A linhaça é uma das principais fontes de ácido alfa-linolênico (ômega 3) e de lignanas, sendo assim o seu uso tem sido associado a um menor risco de desenvolvimento de diversas patologias, inclusive nas cardiovasculares como a dislipidemia (BRICARELLO, 2005).
   Recentemente, a linhaça começou a ser pesquisada para sua utilização nas dislipidemias e na aterosclerose, com estudos direcionados para o seu conteúdo de ALA (precursor de EPA e DHA) e de lignana, devido ao seu potencial antioxidante. Bloedon et al (2008) demonstraram que o consumo de linhaça reduz discretamente o LDL – colesterol.
   O consumo de semente de linhaça pode acarretar em uma redução significativa do colesterol total e redução da LDL. Este fato pode decorrer devido aos componentes presentes na semente.
   Estudos epidemiológicos apontam que altas concentrações plasmáticas de ALA (alfa-linolenico), são um fator preventivo contra doenças cardiovasculares. Adicionalmente, o ALA possui efeitos anti-inflamatórios. O óleo de linhaça é uma boa fonte de ALA, que é metabolizado a EPA, precursor de citocinas menos inflamatórias, que inibem a metabolização do ácido araquidônico em citocinas pró-inflamatórias.
   A lignana presente na linhaça é um composto polifenol, com ação antioxidante e esta presente na casca da linhaça. É denominada um fitoestrógeno por ter sua estrutura semelhante ao hormônio feminino estrogênio (MURPHY & HENDRICH, 2002).
   Existem dois tipos de linhaça: marrom e branca. Sendo que, a semente de linhaça dourada apresenta uma concentração de lignanas superior à semente de linhaça marrom, devido à forma diferenciada de cultivo (MACEDO, 2002). 

5.9 Aveia

   A aveia é um cereal fonte de proteínas e lipídios como o ácido oléico e linoléico, além de vitaminas antioxidantes e fibras solúveis como as Beta-glucanas.
   Diversos estudos demonstram que dietas suplementadas com farelo de aveia promovem uma redução significativa do colesterol sérico total e da LDL – colesterol em indivíduos hipercolesterolêmicos (WOLEVER et al, 2010).
   A ação hipocolesterolêmica da aveia é atribuída às b-glucanas que possuem capacidade de aumentar a síntese de ácidos biliares e reduzir a absorção do colesterol resultando na diminuição do colesterol sanguíneo (BEHALL et al, 2006).
   O Food and Grug Administration (FDA) concluiu que a fibra solúvel, b-glucana é o componente responsável pela diminuição do colesterol total e LDL do sangue em dietas contenham cerca de 3g/dia de b-glucanas o que é equivalente ao consumo de 40g de farelo de aveia ou 60g de farinha de aveia. 

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

   As mudanças nos hábitos alimentares, provocados pela evolução do mundo moderno, têm contribuído para o crescente aparecimento de doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares como as dislipidemias e a aterosclerose. Este é um fato que têm ocasionado uma grande preocupação por parte da população e dos órgãos públicos de saúde, com a alimentação.
   Prevenir e tratar as doenças cardiovasculares em geral, por meio da dietoterapia, são medidas claramente demonstradas na literatura, já que a alimentação é um fator de extrema importância para o controle e manutenção da saúde.
   Nesse contexto, inserem-se os alimentos funcionais, como uma alternativa para reduzir o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Benefícios isolados, ou mesmo associados a outros alimentos e/ou terapias que reduzem o colesterol, são opções para a terapia nutricional.
   O efeito de muitos alimentos funcionais na prevenção das doenças cardíacas já está devidamente comprovado, embora ainda sejam necessários novos estudos para a definição das quantidades e frequência a serem consumidos para se obter o efeito esperado, garantindo assim a ação benéfica dos componentes ativos encontrados nesses alimentos.
   Apesar de algumas contradições em estudos e da ausência de informações precisas, o consumo regular de alimentos funcionais, associados a hábitos de vida saudáveis e a uma alimentação balanceada, pode auxiliar na manutenção da saúde, porém devemos ter em mente que os alimentos funcionais não são milagrosos, por isso a importância da interação entre a terapia medicamentosa, nutricional e funcional para obtenção de resultados.
   Por fim, os alimentos com atividade funcional podem ser uma ótima alternativa para conter o avanço das doenças cardiovasculares e fazer com que as pessoas se conscientizem de que a alimentação tem um papel fundamental sobre a saúde.   

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